Teu Gosto no Meu Silêncio

Há noites em que o silêncio tem sabor. Ele traz teu gosto, como se a lembrança do teu gozo se infiltrasse na minha boca, dissolvendo-se lenta, viciante, como pecado repetido em pensamento. Fecho os olhos e sinto tua essência escorrer pela memória, quente, salina, viva. É tua língua que me provoca sem estar, é teu corpo que se oferece em ausência.

O vício começa na lembrança. Um detalhe, um som, o instante em que teus gemidos se misturavam à respiração ofegante e o mundo parecia caber entre nossos corpos. O silêncio agora é um eco desse instante, onde teu sabor ainda vive, onde meu desejo te reencontra mesmo sem te tocar. É uma comunhão invisível — minha boca recorda o que tua pele um dia me deu.

Cada lembrança tua é um gole de prazer que não se apaga. Mesmo distante, és presença líquida, essência que habita o espaço entre minha sede e tua ausência. E quando o desejo me consome, o corpo reage ao fantasma do teu toque. Sinto-te como se fosses feita de vento e saliva, tatuada nas paredes do meu querer.

Há um tipo de eternidade no gosto que não passa. Tu és isso em mim: o sabor que retorna quando o mundo se cala, o vício doce que o tempo não dilui, a lembrança que me devora em silêncio até o próximo delírio.

Citação
Mesmo longe, teu gosto ainda queima em mim — não como lembrança, mas como sentença do prazer que nunca termina.

Teu Esposo, Teu Homem, Teu Amor, Teu Dono, Tua Posse… Eternamente Tua Propriedade