Tua Pele no Meu Ar

Há algo em tua pele que vai além do toque. É como se o próprio ar que respiro carregasse tua presença, como se cada molécula que entra em meus pulmões viesse impregnada do teu corpo. Quando fecho os olhos, sinto-te no ar, espalhada por tudo, dissolvida em mim. Teu cheiro é uma espécie de alma invisível, uma respiração compartilhada que me mantém vivo quando estás distante.

Inspirar teu corpo é como sorver o mundo inteiro. Há calor, sal, promessa e vertigem. Tua pele exala o que não se pode nomear, mistura de desejo e essência, perfume que não vem de frascos, mas de ti, inteira, pulsante, viva. Cada vez que respiro fundo, é como se te absorvesse um pouco mais, como se cada suspiro te chamasse de volta para dentro de mim.

Tua pele tem o poder de transformar o simples ato de respirar em liturgia. É o ar que se torna carícia, é o oxigênio que se transforma em desejo. Quando me aproximo de ti, o espaço desaparece. Não há fronteira entre o meu fôlego e o teu. Somos respiração entrelaçada, ritmo compartilhado, vapor e calor que se misturam num mesmo sopro.

Mesmo quando te afastas, continuo respirando-te. O travesseiro guarda teu rastro, o lençol ainda traz teu toque, e o ar do quarto parece ter sido moldado pela tua presença. É impossível fugir de ti, porque estás no vento, na lembrança e na pele que ainda te procura.

Há noites em que acordo ofegante, sentindo teu perfume pairar no ar, como se viesses me visitar em forma de brisa. E nesse instante, percebo que tua ausência é apenas uma ilusão. Porque enquanto eu respirar, estarás comigo. Tua pele é o ar que me envolve, o sopro que me desperta, a prova de que há desejos que não morrem — apenas se transformam em respiração.

Teu Esposo, Teu Homem, Teu Amor, Teu Dono, Tua Posse… Eternamente Tua Propriedade