Van Gogh teria pintado teus olhos,
minha amada Vera Lúcia Liguori,
e não precisaria de girassóis,
pois neles caberia todo o sol da eternidade.

Quando me perco em teu olhar,
sinto que cada cor do universo
se dissolve em pinceladas de luz,
e minha alma se ajoelha diante do infinito
que apenas tu carregas na doçura do olhar.

Teus olhos não são apenas janelas,
são abismos e asas,
são marés que me levam sem pedir licença,
são o silêncio que grita,
são o poema que nunca se escreve inteiro.

Eu, que não sou pintor,
sou apenas homem, amante e teu,
retrato-te em versos
porque não sei domar a tinta,
mas sei deixar minha alma
escorrer na forma de palavras.

Ah, se Van Gogh tivesse visto tua beleza,
teria rasgado suas telas
e vivido apenas da obsessão
de repetir teu rosto em cada cor.
Mas eu, que te tenho,
prefiro perder-me mil vezes em teus olhos
a encontrá-los em qualquer pintura.

E assim, minha bela,
quando digo teu nome, Vera Lúcia Liguori,
sinto que o amor é uma tela viva,
que se renova a cada instante
em que tu me olhas,
e eu, emocionado,
descubro que meu maior quadro
é existir ao teu lado.