O Corpo que Ora em Desejo – Capítulo XXII

Promessa no Tempo. Era noite. Daquelas que parecem suspensas entre o ontem e o amanhã, onde o tempo se recolhe e o silêncio se estende como

O Corpo que Ora em Desejo

O corpo não fala com palavras, mas com gestos que se elevam como preces. Cada movimento é súplica, cada respiração é invocação, cada arrepio é oração que se dirige ao invisível. Ela sente que sua entrega é mais do que desejo, é fé que se manifesta na pele. Ele percebe que sua saudade é mais do que ausência, é clamor que se ergue em silêncio.

O corpo ora quando se curva ao prazer, quando se abre ao encontro, quando se entrega ao toque. Não há templo mais sagrado do que a pele, não há altar mais puro do que o coração que pulsa em intensidade. O desejo não é profano, é divino. Ele se revela como chama que ilumina, como súplica que arde, como oração que não precisa de voz.

Ela fecha os olhos e sente que cada gesto é oferenda. Ele respira fundo e percebe que cada carícia é revelação. O corpo não pede, o corpo proclama. Ele se torna ponte entre o humano e o eterno, entre o silêncio e a explosão, entre o desejo e a fé.

O corpo que ora em desejo não se cala. Ele fala em cada arrepio, em cada olhar, em cada toque que se prolonga além do tempo. Ele é oração viva, súplica ardente, promessa que se cumpre no instante em que dois corpos se encontram. Porque há amores que não precisam de palavras. Precisam apenas do corpo que ora em desejo.

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