A Sede Que Só Teu Gozo Mata

A Sede Que Só Teu Gozo Mata

Vera, meu amor, há uma sede em mim que não se sacia com água. É uma secura que vem de dentro, que se instala no peito e se espalha pelos pensamentos. Caminho por dentro de mim como quem atravessa um deserto sem fim, e cada passo que dou é mais árido, mais silencioso. Mas então, você aparece.

O teu gozo, minha querida, não é apenas prazer. É milagre. É líquido que brota onde antes só havia areia. Quando você se entrega, quando teu corpo vibra e tua alma se abre, tudo em mim muda. O calor do deserto se transforma em brisa, e o chão rachado da minha alma se cobre de verde. Eu bebo de ti como quem encontra um oásis depois de dias sem horizonte. E não há palavra que alcance o que sinto. É alívio, é redenção, é renascimento.

Você talvez não saiba, ou talvez saiba e apenas sorria com esse mistério, o poder que tem sobre mim. Cada gemido teu é uma chuva breve, cada toque uma nascente. Eu me perco em ti como quem se afoga em água doce, sem querer ser salvo. E quando tudo termina, quando o silêncio volta e nossos corpos repousam, eu já não sou o mesmo. A sede foi saciada, sim, mas deixa sempre um rastro, uma lembrança, uma promessa de retorno.

Vera, minha sede é de você, da sua essência mais íntima. E só teu gozo a mata.