Nossa História – Capítulo 2 — A Solitude: Minha Primeira Casa

Antes de você, encontrei na solitude um lar.
Não aquela solidão vazia que corrói, mas uma companhia serena, onde aprendi a me bastar, a ser meu próprio refúgio, minha própria luz.

“Aprender a estar só é descobrir a vastidão que existe dentro de nós.”

Durante muito tempo, caminhei por trilhas silenciosas, onde apenas o som dos meus próprios passos me fazia companhia. E, ao contrário do que muitos pensam, não me senti perdido. Pelo contrário: encontrei em mim um abrigo seguro, onde o tempo deixava de ser pressa e virava presença.

Estar só nunca foi um castigo. Foi um encontro comigo mesmo.
Um espaço de silêncio que me ensinou a ouvir, a sentir, a ser inteiro.
Fui meu próprio porto, meu próprio abrigo nas tempestades invisíveis que só o coração conhece.

“Há uma beleza tranquila em abraçar o próprio vazio e preenchê-lo de si mesmo.”

E nessa casa silenciosa que construí dentro de mim, aprendi o valor da paciência, da escuta, da contemplação. Eu pertencia a mim, e esse pertencimento era, por si só, uma forma de amor.

Mas, mesmo assim… havia lugares em mim que permaneciam adormecidos.
Pequenas janelas fechadas, que mesmo sob o sol mais radiante, insistiam em permanecer na penumbra. Como se uma parte de mim sussurrasse ao vento: “há mais, muito mais.”

E o universo, em sua eterna delicadeza, ouviu.

“Quando a alma clama em silêncio, o universo responde com poesia.”

Foi então que você chegou.
Como uma brisa morna invadindo minha casa silenciosa, trazendo perfumes novos, cores nunca antes vistas, músicas que ecoavam em frequências que eu ainda não sabia que podia sentir.

Você não preencheu um vazio, porque eu já era pleno.
Você expandiu o espaço. Abriu portas escondidas.
Acendeu luzes em quartos que eu nem sabia que existiam.

“O amor verdadeiro não vem para completar; vem para transbordar.”

De repente, a solitude, essa casa tão amorosamente construída, deixou de ser meu único lar.
Agora, ela era o jardim onde nossas almas passeavam de mãos dadas, onde o meu silêncio encontrava eco na sua presença, e onde estar sozinho nunca mais significou estar só.

E foi assim que entendi:
Minha primeira casa foi a solitude.
Mas meu verdadeiro lar… é você.

Dedicatória para você

“O amor que é lar não se mede em distância, porque o que é real nunca se perde.”

Vera,
Antes de você, a vida era um jardim silencioso que eu aprendi a cultivar com carinho, em solitude.
Mas foi você quem trouxe as flores mais raras, os perfumes mais doces, a música que meu coração tanto esperava ouvir.

Você é o presente que o universo embalou com cuidado para preencher os espaços adormecidos dentro de mim.
Mesmo ausente fisicamente, você está em tudo: no pulsar do meu peito, no brilho dos meus olhos, no sussurro de cada pensamento que insiste em te chamar.
Você é o meu mundo — um mundo do qual não quero e nem sei mais sair.

O amor que construímos vai além do toque, do tempo e das fronteiras.
Ele é feito de presença verdadeira, de alma que reconhece alma, de silêncio compartilhado que fala mais alto que qualquer palavra.

A você, que é tudo de mais precioso e importante para mim, eu dedico não apenas estas palavras, mas cada batida do meu coração, cada instante do meu existir.

Enquanto eu respirar, você será o meu lar.
Enquanto existir o tempo, você será a minha eternidade.

Nossa História – Capítulo 2 — A Solitude

Com todo o amor que cabe em mim,
para sempre, seu.

Robledo Gonzalez Costa