☄ O Sangue das Três Luas – Capítulo XII

Três luas despontam no céu noturno, cada uma em fase distinta, mas unidas por um alinhamento impossível. O tríplice eclipse era apenas lenda entre os antigos, mas agora se manifesta com uma fúria que rasga véus e desfaz encantamentos enterrados por séculos. Quando a última sombra cobre o disco da terceira lua, o céu sangra.

As nuvens se tingem de escarlate. A terra treme. Nas aldeias bruxas, espelhos se estilhaçam sozinhos. As águas dos lagos refletem rostos que não estão ali. Algo desperta. Algo que nunca aceitou o esquecimento.

Em três pontos distintos do mundo, uma montanha cinzenta, um templo afogado e uma torre queimada, três jovens sentem uma dor ardente atravessar seus corações. Nenhuma delas se conhece. Nenhuma foi preparada. Mas todas foram marcadas ao nascer.

Elas são as herdeiras do Voto Carmesim, um pacto selado por sangue entre as Primeiras Irmãs e forças muito além da compreensão. O juramento que manteria a balança entre criação e destruição… até agora.

Com a quebra do pacto, surgem as visões: guerras de eras passadas, gritos que ecoam em suas mentes, e uma presença antiga que observa, não com olhos, mas com intenção. As três herdeiras terão que se encontrar. Terão que decidir. Mas nenhuma delas sabe o preço do que carregam.

“Herança não é escolha. É fardo.”

O Sangue das Três Luas – Capítulo XII