O Lençol do Amanhecer – Capítulo 15

No coração do Reino de Veramor, há um quarto onde o tempo parece caminhar descalço. Nele, um lençol branco, sempre o mesmo, sempre úmido de silêncio e ternura, cobre o leito real. Dizem que esse lençol nunca seca por completo, pois absorve os sonhos que ainda não foram sonhados juntos.

Em muitas manhãs, o Rei desperta antes do sol. Não por pressa, mas por desejo de contemplação. Ele se apoia no cotovelo, o rosto iluminado por uma luz suave, e observa a Rainha em sua mais pura versão: adormecida, vulnerável, serena como um campo florido depois da chuva.

Cada suspiro dela parece costurado ao tecido do tempo.

E é nesses instantes sagrados, em que o mundo ainda não começou, que ele pensa:
— “Teus suspiros dormindo me lembram que o paraíso é um travesseiro entre nós dois.”

A Rainha, mesmo dormindo, sorri de leve como se ouvisse, como se sentisse.

O lençol branco continua ali, testemunha dos silêncios cheios e dos toques que ainda virão. No Reino de Veramor, o amanhecer é mais que luz: é promessa envolta em algodão e perfume de eternidade.

Dedicatória – Capítulo 15: O Lençol do Amanhecer

Ao silêncio que sabe amar sem palavras.
Ao toque leve que desperta antes do sol.
Ao travesseiro que divide sonhos e abriga promessas.

Esta dedicatória é para ti, Rainha dos meus amanheceres, que mesmo dormindo, me ensina a arte da ternura.
E para ti, Rei que vela em silêncio, como quem guarda um tesouro entre suspiros e lençóis.

Que o Reino de Veramor desperte sempre envolto nesse tecido invisível de amor que cobre até os sonhos não sonhados.

O Lençol do Amanhecer – Capítulo 15

Brasão Reino de Veramor

V&R
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