☄ Os Sete Que Não Dormem – Capítulo XXIX

Desde a Noite da Quebra, sete caminham sem repouso. Não são fantasmas, tampouco vivos, são memórias encarnadas, condenadas a percorrer as rotas estilhaçadas do mundo com os olhos sempre abertos. Não dormem, pois o sono os devolveria àquilo que destruíram.

Cada um carrega algo: um fragmento de dor, uma lembrança torta, uma palavra nunca dita. São sete chaves disfarçadas de penitência. Suas presenças não anunciam conforto, mas sim escolha. Onde passam, o silêncio é mais profundo, e os sonhos murcham antes de nascer.

Liora cruza com o Quarto deles no Círculo de Alvedra. Ele não fala. Apenas a olha, e ela entende. Aquilo que se perdeu poderá ser refeito, mas o preço será lembrar tudo o que foi feito para perder.

A jornada avança, e um a um, os Sete se revelam, não para guiar, mas para advertir. Porque há algo pior do que cair: é despertar para um mundo onde a queda nunca terminou.

“Despertar é fácil. O difícil é nunca mais poder dormir.”

Os Sete Que Não Dormem – Capítulo XXIX