✵ O Nome Que Ecoa – Capítulo XL

O som atravessou os véus.
Não era mais apenas uma palavra — era um chamado, um sopro de memória vibrando entre os planos. Aquele nome, antigo e esquecido, fora dito com intenção verdadeira. E por isso, respondeu.

No instante em que foi pronunciado, algo se partiu e algo se formou. O mundo, como era conhecido, tremeu. Fendas invisíveis começaram a se abrir nos alicerces do tempo, e as marés do destino mudaram sua direção.

Liora, imóvel no limiar do que antes chamava de realidade, ouviu não apenas o nome — mas o eco dele. E o eco, diferente da voz original, carregava camadas: rostos que nunca existiram, cidades que jamais foram construídas, dores que ainda não haviam doído.

As sombras se curvaram diante da reverberação. As luzes piscavam em reverência. Um novo ciclo queria nascer, mas era feito das ruínas de todos os outros.

Porque nomes têm poder. Mas é o eco deles que viaja, que toca o intocável, que infiltra-se nos sonhos e reconstrói o que se acreditava perdido.

O nome foi dito. E agora, multiplicado por mil bocas, ele recomeça tudo.
Ou termina o que nunca deveria ter começado.

“Nomes têm poder. Mas o eco deles é o que refaz o mundo.”

O Nome Que Ecoa – Capítulo XL