A Verdade do Amor Perdido

Matteo sentou-se à mesa da cozinha, as mãos apoiadas sobre o tampo de madeira gasta. A mãe permanecia em pé, diante da janela, observando o jardim como se buscasse coragem entre as flores que balançavam com a brisa. O silêncio era pesado, denso, e parecia crescer a cada segundo.

Ela respirou fundo antes de falar. A voz saiu baixa, quase trêmula, como se carregasse anos de memórias guardadas. Contou que, antes do nascimento de Matteo, havia amado profundamente um homem que não podia permanecer ao seu lado. Não foi por falta de sentimentos, mas por escolhas e circunstâncias que se impuseram de forma cruel.

Revelou que aquele homem era o pai dele, alguém que partira sem olhar para trás, não por falta de amor, mas porque acreditava que sua presença colocaria ambos em perigo. Matteo ouviu cada palavra com o peito apertado. Não havia raiva, mas um misto de tristeza e compreensão. Pela primeira vez, entendeu que o silêncio da mãe sobre o passado não era frieza, e sim uma forma de protegê-lo.

Quando ela se virou, os olhos estavam marejados. Matteo levantou-se e a abraçou. Não havia mais perguntas, apenas a certeza de que, mesmo carregando dores e ausências, o amor havia estado presente o tempo todo.