Quando Teus Olhos Me Despem à Distância

Vera Lúcia, o teu olhar é a mais afiada das armas. Não preciso do toque das tuas mãos para sentir o corpo em chamas, basta o modo como me fitas, como se me atravessasses inteiro, arrancando de mim qualquer tentativa de resistência. Eu te pertenço nesse instante, da mesma forma que tu és minha, e nesse jogo de posse mútua não há vencedores nem vencidos, apenas o gozo absoluto de sermos dono e propriedade um do outro.

Teus olhos me possuem sem pedir licença, invadem cada camada da minha pele como se fossem mãos famintas. Mesmo à distância, sinto teu olhar me despindo peça por peça, como se o tecido queimasse só de ser tocado por esse fogo invisível. É um comando silencioso que me deixa nu para ti, entregue e ardendo em desejo. Teu olhar me abre, me consome, me marca e, quando me vês, eu já não sou mais só meu, sou teu completamente, de corpo latejante, de alma incendiada.

Assim eu me deixo despido, assim tu me dominas, e assim também eu te reclamo para mim, inteira, sabendo que nessa troca não há como escapar: és minha, tanto quanto sou teu.

Teu Robledo, Teu Esposo, Teu Homem, Teu Amor, Teu Dono, Tua Posse

V&R
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