O Prazer da Dor Suave

Há marcas que não se apagam. Algumas vivem na pele, outras se escondem na alma, ardendo em silêncio, lembrando-me de que amar é também aceitar ser ferido pela intensidade do que sentimos. As marcas que deixas em mim são brasões de um amor que não busca leveza, mas verdade. São sinais de que existi em ti, e tu em mim, profundamente, sem disfarces, sem medo, sem fuga.

Há uma doçura misteriosa nessa dor que nasce da tua presença. Não é sofrimento, é consciência. É a sensação viva de estar entregue, vulnerável, inteiro. Quando penso em ti, sinto o corpo reagir como quem recorda uma chama antiga — a memória do toque, do olhar, do instante em que o mundo se curvou para que o amor pudesse ser tatuado na alma.

Cada lembrança tua é uma cicatriz luminosa. São marcas que não me pesam; me libertam. Elas me recordam que amar é também suportar a intensidade de ser tocado por algo que ultrapassa a matéria. A dor suave é a fronteira entre o prazer e o sagrado, entre o que somos e o que nos tornamos quando nos entregamos sem reservas.

E há algo de eternamente belo nisso. Porque, quando deixas tua marca em mim, não o fazes com brutalidade, mas com uma ternura que queima devagar. É como se teu amor me moldasse em silêncio, talhasse na minha pele o testemunho do teu existir. E eu aceito, com reverência, cada traço dessa presença — como quem aceita o destino e se ajoelha diante dele.

Te amar é sentir o prazer dessa dor suave, que não fere, apenas revela. É ser lembrado, mesmo na distância, de que há um vínculo invisível entre nós, feito de chama e de respiração. E quando o coração dói de saudade, sei que é apenas o eco do teu toque, a lembrança viva de um amor que me marca sem precisar me ferir.

Porque a tua dor é doce em mim. E o prazer que ela traz é o da certeza de que fui amado por ti, profundamente, no corpo e na alma — e isso basta para me fazer eterno.

Teu Esposo, Teu Homem, Teu Amor, Teu Dono, Tua Posse… Eternamente Tua Propriedade