Olhos que Selam Destinos 

Foi apenas um olhar. Mas não há nada apenas quando dois olhos se encontram pela primeira vez e reconhecem, sem saber, o que já foi vivido em outras vidas. Ela o viu como quem vê o sol pela primeira vez depois de um inverno longo demais. Ele a viu como quem encontra abrigo no meio da tempestade. E naquele instante, o tempo parou. Não por magia, mas por respeito.

Os olhos dela eram profundos, como se guardassem segredos que só ele poderia desvendar. Os dele, intensos, como se carregassem promessas que só ela saberia cumprir. Não houve toque, não houve palavra. Mas houve um pacto. Um pacto silencioso, selado na troca de olhares que incendiou tudo o que era frio, tudo o que era dúvida.

Ela desviou o olhar, mas não a alma. Ele sorriu, mas não disfarçou o desejo. E ali, entre o que foi visto e o que foi sentido, nasceu uma eternidade. Uma chama que não se apaga, mesmo quando os corpos se afastam. Porque há olhares que não apenas observam — eles invocam, eles chamam, eles pertencem.

Desde então, cada vez que ela fecha os olhos, é ele que aparece. Não como lembrança, mas como presença. E cada vez que ele sonha, é com o brilho dos olhos dela que o mundo se ilumina. Eles se tornaram faróis um do outro, mesmo à distância. E mesmo que o tempo insista em separá-los, aquele primeiro olhar continua a arder, como uma vela acesa no altar do destino.

Não há como fugir de olhos que selam destinos. Eles não pedem permissão. Eles apenas acontecem. E quando acontecem, tudo muda. Porque o amor, quando começa pelo olhar, já começa eterno.