Sinais da Natureza

O amor deles não precisava de palavras para se anunciar. Bastava observar os sinais que a natureza oferecia. O vento soprava mais suave quando ela pensava nele, como se trouxesse o perfume de sua presença. O sol se tornava mais quente quando ele lembrava dela, como se aquecesse a pele em antecipação ao toque. As árvores se inclinavam discretamente, como cúmplices silenciosas de um segredo que o mundo não podia ignorar.

Cada detalhe era mensagem. O canto dos pássaros ao amanhecer parecia traduzir o desejo contido. A chuva que caía de repente trazia o frescor de um beijo imaginado. O mar, em sua imensidão, refletia a saudade que se estendia além do corpo. A natureza não apenas existia ao redor deles, mas participava, conspirava, se tornava testemunha de um amor que não se escondia, mesmo quando os amantes estavam distantes.

Ela sentia que o universo a envolvia em gestos sutis, como se cada estrela fosse um olhar dele, como se cada flor fosse uma carícia. Ele percebia que o mundo se transformava em sinais, como se cada brisa fosse um suspiro dela, como se cada sombra fosse a promessa de um encontro. Não havia acaso. Havia cumplicidade. Havia uma força invisível que unia o que parecia separado.

O amor deles se manifestava em cada estação, em cada ciclo, em cada gesto da terra e do céu. Era como se o universo inteiro fosse cúmplice, guardando o segredo e ao mesmo tempo revelando-o em símbolos delicados. E assim, mesmo sem se tocarem, eles se sentiam tocados. Porque quando a natureza fala, o amor responde. E quando o amor responde, o universo se curva em silêncio para celebrar.