A Canção que Dorme nas Águas Fundas – Capítulo 9

✦ A Guardiã do Rio.

✦ A Canção que Dorme nas Águas Fundas – Capítulo 9

O rio estava mais quieto do que nunca. Suas margens, envoltas por uma névoa azulada, pareciam conter a respiração da própria floresta. Maíra caminhava devagar, como quem pisa em um território sagrado. O penúltimo artefato a aguardava, mas ele não estava escondido em nenhum lugar visível. Estava guardado nas profundezas, onde só os peixes anciãos se aventuravam e onde a luz do sol jamais tocava.

Ela trazia consigo um colar de conchas que pertencia à sua bisavó, mulher de voz rara, conhecida por conversar com o vento e cantar para as chuvas. Aquele colar era a única herança da linhagem das mulheres-cantoras, e Maíra sabia que seu destino estava ligado àquela canção antiga, sussurrada uma única vez nos sonhos, em uma língua que o coração parecia reconhecer antes da mente.

Sentou-se à beira do rio e esperou pelo silêncio completo. Um silêncio que não era ausência de som, mas presença absoluta do momento. Então, tocou as pontas das conchas e deixou que seus lábios resgatassem o canto adormecido. Era uma melodia circular, sem começo nem fim, cheia de intervalos longos como suspiros de saudade.

À medida que cantava, o rio começou a reagir. Primeiramente com pequenas ondulações, depois com um brilho profundo que vinha do leito. A canção ecoava para dentro, atravessava camadas de água, areia e tempo, até alcançar as vozes antigas que ali dormiam.

De repente, uma espiral líquida se ergueu diante dela, translúcida e serena. No seu interior, flutuava um objeto envolto em véu de algas e partículas de luz. Era o artefato. Mas ele não subia. A água parecia esperar algo.

Maíra entendeu. Tinha de entregar algo em troca. Sua voz, por um instante, parecia querer se prender à canção, como se o rio desejasse guardá-la ali para sempre. Mas ela não teve medo. Terminou o último verso com suavidade, como quem oferece um segredo, e aceitou o silêncio que se seguiu.

A espiral dissolveu-se lentamente e o artefato emergiu, deslizando até suas mãos com a delicadeza de um sussurro.

Sua voz voltou aos poucos, tímida, mas pura. E agora, mais do que antes, Maíra carregava dentro de si o som do próprio rio, como uma memória líquida, viva e eterna.

A Canção que Dorme nas Águas Fundas – Capítulo 9

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