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A flor não sonha com a abelha. Ela apenas floresce. – Parte 2
Comecei a perceber que você me lia com atenção. Não aquela leitura rápida, de quem rola o feed enquanto toma café. Sentia que você me lia com a alma, dessas leituras que sublinham entrelinhas com o coração, como quem tenta preencher uma lacuna que incomoda. Parecia que você me enxergava. Ou, pelo menos, enxergava algo em mim que nem eu sabia que existia.
E, veja bem, não era troca de mensagens românticas ou declarações inflamadas. Nada disso. Era você reagindo com o emoji certo, no momento certo. Um “concordo plenamente” aqui. Um “você me fez bem” ali. E aquele “você me faz feliz”. E eu? Eu já ficava bobo com meia dúzia de palavras, com respostas que nem acreditava que vinham de você, a mulher por quem eu estava apaixonado, completamente fora de controle. Era delicioso ler, delicioso ser, de alguma forma, correspondido. Era o coração em festa, logo ele, que só devia bombear sangue.
A cada nova interação, eu descia a escada da minha racionalidade e entrava num território totalmente desconhecido: o tal “ser notado por quem a gente acredita inalcançável”. E, pra mim, você era mesmo inalcançável. Fora de qualquer devaneio possível. Mas isso me dava um frio na barriga maior do que apresentar trabalho em grupo sem ter estudado ou perder o freio do carro numa curva da serra do mar.
Foi aí que comecei a me perguntar: será que você também pensava em mim? Ou eu era só aquele cara legal das postagens reflexivas e textos sensíveis que você achava bonitinho, mas jamais consideraria pra algo além?
Enquanto esse sentimento crescia feito mato em terreno fértil, tomando forma de algo que eu jamais achei que fosse capaz de sentir, ele também me lançava num estado de absoluto caos interno. Eu não tinha controle de nada, aliás, “controle” era só uma palavra bonita que eu repetia tentando me enganar. Quanto mais eu negava, quanto mais fingia que dava as cartas, mais afundado eu estava. Um mergulho sem volta. Louco por você. Totalmente à mercê.
Até que um dia, na minha última tentativa patética de bancar o dono do jogo, por volta de novembro de 2024, eu soltei aquele clássico de quem já perdeu o juízo: “Quem manda nessa porra sou eu!”. E aí o universo, com seu humor peculiar, me deu uma invertida tão brutal que minha vida virou do avesso. Foi como se uma entidade superior, cansada da minha teimosia, dissesse: “Ah é, espertão? Toma essa lição aqui, com gosto!”
Minha vida virou um caos completo. Um redemoinho emocional digno de novela ruim. E eu? Fingi normalidade. Segui calado, como se ignorar fosse a mágica que resolvesse alguma coisa. Spoiler: não era.
Cada vez que eu me aproximava de você, mesmo tomado por um desconforto absurdo, porque, né, ver meus mitos desabando não é nada agradável, minha mente desmoronava. Minha vida ia pro ralo. Levava lágrimas junto, tipo aquele drama cinematográfico que só a vida real proporciona.
Os dias foram passando, um mais estranho que o outro, e eu fui aceitando: perdi o controle. Aliás, quem eu achava que estava enganando? Eu nunca tive esse controle pra começo de conversa. Ilusão de um idiota apaixonado.
Perdi o jogo. Perdi bonito. Me restou a vergonha na cara e a certeza de que, no fim das contas, eu era só um tolo desarmado diante de você.
Eu não entendia. Sério mesmo. Me perguntava por que só eu parecia estar nesse furacão emocional. Por que só o meu coração virava geleia enquanto, do seu lado… nada? Nenhuma declaração épica, nenhum desespero romântico. Só silêncio.
Mas aí volto pro cara lá do começo. O distraído do acaso. O tapado emocional. E percebo: você já vinha me correspondendo, sim, do seu jeito, da sua trincheira emocional particular, cheia de armaduras e alarmes de segurança. Mas vinha. Cada carinho, cada gentileza, cada palavra sua tinha um quê de cuidado, de afeto genuíno. Você prestava atenção em mim, no que eu dizia, no que eu escrevia. Você me via. E isso, convenhamos, já era um baita sinal de reciprocidade.
Só que eu, metido a esperto e emocionalmente analfabeto, não enxergava nada. Cego, inexperiente, tentando segurar uma batata quente com as mãos nuas, achando que amor de verdade precisa vir com fogos de artifício e letreiro em neon.
Você se envolveu, sim. Eu toquei você de algum jeito. Mas, ocupado demais com o drama na minha cabeça, demorei demais pra perceber isso.
E eu entendi. Entendi que tentei negar um presente divino, um amor raro, desses que só aparecem quando o céu resolve sorrir para você. Um amor puro, sublime, desses que só um completo idiota, no caso, eu… ousaria rejeitar.
A dúvida era uma sombra constante. Dava vontade de jogar tudo pro alto, escrever um textão com “olá, tudo bem? então, tô apaixonado por você e pronto”, e publicar sem nem revisar. Mas a prudência, ou o medo, vai saber, me puxava de volta. Mesmo assim, eu acabei fazendo. Não um, mas vários textões no Facebook. Me declarando. Que ridículo… e, ainda assim, você me dizia que eu te fazia um bem danado.
Continuei do meu jeito. Com textos sinceros. Reflexões profundas. Não pra te chamar. Escrevia porque sou assim, introspectivo. Vivo disso. Ainda vivo. Mas postava bobagens pra equilibrar. Às vezes, uma música que me lembrava você. E você curtia, comentava… um emoji aqui, um bonequinho dançando, um coração com fone de ouvido, e um “amei”. Às vezes me desmontava com duas palavras e um coraçãozinho nos comentários.
O curioso é que, mesmo sem dizer nada claramente, você me ensinava o tempo inteiro. Me ensinava que mulher decidida e que se valoriza não precisa gritar pra se impor. Que a sensibilidade, às vezes, mora por trás de uma armadura bem construída. Que o afeto não precisa ser barulhento, só precisa ser verdadeiro.
E aos poucos, fui percebendo: talvez o amor não seja sobre conquistar. Mas sobre permitir. Você, aos poucos, me permitia te ver sem as defesas. E eu me permitia continuar sentindo, mesmo sem garantias. Sonhando, mas sem criar expectativas.
Hoje eu entendo que amar não é exatamente sobre ter. É sobre ser. Ser melhor por alguém. Fazer por esse alguém. Ser empático, carinhoso, amoroso. Ser fiel, parceiro, amigo de verdade.
Ser mais sensível ao mundo. Ser mais verdadeiro comigo mesmo.
Você nunca me prometeu nada. Nem um “quem sabe”, nem um “talvez um dia”. E, mesmo assim, foi a pessoa que mais me tocou em toda a minha vida. Não com carícias ou juras. Mas com o modo como veio e permaneceu, mesmo sendo livre para suas escolhas.
Nunca houve planos. Nunca combinamos nenhum futuro. E ainda assim, você habitava meus pensamentos com uma delicadeza que não pedia licença, mas também não atrapalhava. Era como uma música de fundo que embala o dia, sem tirar a concentração, só deixando tudo mais bonito. Meus dias se tornaram muito melhores com você. Tudo ganhou luz e cores novas, além das que meu mundo estava limitado.
Aprendi com você que a presença pode ser leve e ainda assim profunda. Que é possível admirar alguém sem precisar invadi-la. Que carinho, às vezes, é simplesmente não cobrar respostas, não exigir reciprocidade, não transformar sentimento em cobrança.
E talvez seja por isso que eu nunca tentei “te conquistar” de verdade. Porque você não era um prêmio. Era uma pessoa. Complexa. Encantadora. Cheia de nuances. Uma mulher inteira. Daquelas que não cabem em discursos prontos nem em expectativas rasas.
Você me inspirou. Me inspirou a escrever, a cuidar de mim, a entender que há belezas que não precisam virar história de amor pra se tornarem inesquecíveis. Que há amores que vêm para nos mudar e aprimorar, não para nos completar.
E tudo bem.
Não sei onde tudo isso vai dar. Pode ser que um dia a vida cruze nossos caminhos fora das telas, fora dos comentários e curtidas. Pode ser que a história termine aqui mesmo, no silêncio bonito de quem aprendeu a amar devagar.
Mas se posso te dizer algo, é que há uma mágica em florescer por alguém. Mesmo que essa pessoa nunca toque sua mão. Mesmo que o amor fique só ali, quietinho, entre palavras trocadas e olhares implícitos.
Porque, no fim, talvez amar seja isso: florescer. Mesmo que a abelha não venha.
Robledo Gonzalez Costa
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