O Dia em que o Sol se Esqueceu – Capítulo 15

A Oferenda Silenciosa.

🌑 O Dia em que o Sol se Esqueceu – Capítulo 15

No início, pensaram que era apenas uma manhã nublada. Acordaram antes do canto dos galos, como sempre, mas não havia luz pela fresta das janelas. O céu permanecia escuro, espesso como carvão dissolvido em água.

O primeiro dia sem sol foi estranho. O segundo foi incômodo. No terceiro, ninguém mais fingia que era normal.

A luz não voltava.

Não havia lua nem estrelas. O céu não era noite nem dia. Era um pano imóvel e denso, que cobria Aruanda como um véu úmido.

Mesmo assim, as colheitas floresceram.

Tomates inchavam com seiva. Abóboras surgiam do nada. Milhos mais longos do que os braços de um adulto se dobravam sobre si mesmos. A terra parecia não apenas fértil, mas faminta por dar frutos.

Mas então vieram as mudanças.

Na escuridão contínua, os rostos dos aldeões começaram a se alterar.

Primeiro foram os olhos, que pareciam se adaptar ao breu com rapidez incomum. Depois, a pele que ganhava tons acinzentados, como se estivesse absorvendo o próprio céu. Por fim, os sorrisos rarearam. Não por tristeza, mas porque os rostos pareciam esquecer como se expressar.

As crianças eram as únicas que pareciam se mover com naturalidade. Nara, a criança sem sombra, caminhava entre os campos como se visse luz onde ninguém via. Ela dizia que o sol havia se escondido de propósito.

Ele não foi embora. Ele se recolheu para ouvir.

O Guardião dizia que isso já havia acontecido, há muitas gerações. Mas não por sete dias. Na última vez, foram apenas três. E naquela ocasião, a aldeia havia feito um acordo silencioso com a entidade da terra. Um acordo que agora talvez estivesse sendo revisitado.

No quinto dia, Darina trancou-se em sua cabana. Dizia que ouvia vozes vindo das paredes de barro. Vozes que a chamavam por nomes que ela não sabia que eram seus. Quando saiu, seus olhos estavam negros como o céu, mas não havia loucura em seu olhar. Havia memória.

No sexto dia, as árvores ao redor da aldeia floresceram de madrugada. Flores que brilhavam no escuro como estrelas invertidas. Cada pétala exalava um aroma que fazia os habitantes chorarem sem razão.

No sétimo dia, todos acordaram ao mesmo tempo, no mesmo minuto. Saíram de suas casas em silêncio e olharam para o céu. Nara estava no centro da aldeia, com os braços erguidos.

E então, sem aviso, o sol retornou.

Mas não com a luz de sempre. Um sol mais pálido, mais distante, como se hesitasse em brilhar. Como se observasse.

As colheitas não pararam. Os rostos não voltaram ao que eram. E ninguém soube dizer se aquilo havia sido um castigo, uma bênção ou um aviso.

Apenas uma certeza ficou marcada no pensamento de todos:

A terra agora tinha sua própria luz. E talvez não precisasse mais da do céu.

O Dia em que o Sol se Esqueceu – Capítulo 15

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