O Outro Lado da Pintura – Capítulo 47

As mãos de Elias - Clara - terceira temporada

O Outro Lado da Pintura – Capítulo 47

Quando Clara atravessou a porta feita de tinta viva, foi tomada por uma vertigem leve, como se seu corpo flutuasse por entre camadas de sonho e lembrança. Não houve clarão, nem ruído. Apenas a sensação de que tudo ao redor se desfazia e se reconstituía a partir de outra lógica. Ela não soube dizer se demorou segundos ou horas para alcançar o outro lado. Mas quando os pés tocaram novamente o chão, ela compreendeu que já não estava mais na casa como conhecia.

O ambiente era ao mesmo tempo familiar e estranho. As janelas estavam nos mesmos lugares, os móveis guardavam as mesmas formas, mas havia uma diferença fundamental. Tudo era mais escuro, e ainda assim, mais vívido. As cores pulsavam com um brilho interior, como se cada objeto carregasse uma memória desperta. As paredes pareciam respirar. Algumas se moviam levemente, como se contivessem veias sob a superfície. A madeira emitia um som suave e contínuo, parecido com o de uma respiração profunda.

No teto, flutuavam pinturas soltas, girando devagar em órbitas silenciosas. Algumas mostravam cenas que Clara reconheceu, mas outras pareciam pertencer a tempos que ela jamais viveu. As molduras brilhavam como ouro velho sob uma luz que não tinha fonte.

Clara deu alguns passos hesitantes, sentindo o chão afundar sutilmente sob seus pés, como se caminhasse sobre um tapete de musgo denso. Ao longe, escutou passos. Não metálicos, nem pesados. Eram passos nus sobre madeira viva. Seu nome parecia vibrar no ar, sem ser pronunciado. O som vinha de um corredor onde o tempo parecia torcido em espirais, como se os segundos se enroscassem uns nos outros.

Ela seguiu o som. No fim do corredor, uma sala aberta se revelava. O ar ali era mais denso, mais cálido. E foi ali, entre quadros que giravam suavemente como planetas em suspensão, que Clara o viu.

Elias estava parado, observando uma moldura vazia. Seu corpo era o mesmo dos retratos. Alto, magro, envolto em uma tranquilidade quase imaterial. Mas seus olhos. Ah, os olhos. Eles carregavam tempo demais. Não apenas tristeza. Carregavam um silêncio de décadas, como quem viveu dentro da espera por alguém que talvez nunca viesse.

Clara não precisou dizer nada.

Nem ele.

Bastou aquele primeiro olhar para que tudo se movimentasse ao redor. Como se o espaço soubesse que, enfim, o encontro começava.

O Outro Lado da Pintura – Capítulo 47

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