O Sopro da Coruja – Capítulo 40

Clara - 2° temporada

O Sopro da Coruja – Capítulo 40

A noite respirava devagar, como se o tempo houvesse parado entre um suspiro e outro do mundo. Clara lia, ou tentava, os olhos perdidos nas letras que já não significavam nada. O silêncio era espesso, do tipo que parece observar quem ousa quebrá-lo. Até que veio o som, primeiro leve, depois claro: o bater de asas, um farfalhar estranho, seco, como se o próprio ar estivesse sendo costurado por algo invisível.

Ela se virou devagar. No beiral da janela, quase oculta pela escuridão líquida da noite, uma coruja a encarava. Seus olhos pareciam não apenas ver, mas atravessar. O bico quase tocava o vidro, e o peito imóvel dava a impressão de que era feita de pedra antiga, arrancada de um templo esquecido.

Clara sentiu um arrepio deslizar pelas costas quando a coruja ergueu uma das asas e, num gesto lento, deixou cair uma única pena negra. A pena atravessou a fresta aberta da janela como se soubesse o caminho. Planou sem pressa até pousar sobre a escrivaninha, entre os cadernos e o lampião.

Sem entender por quê, Clara se aproximou como se estivesse sendo guiada. Estendeu a mão. Ao tocar a pena, algo estalou dentro dela, uma fenda se abriu, profunda, e a memória que jazia soterrada emergiu com violência.

Ela o viu.

Viu Elias cair. O sangue. A expressão de espanto que antecedeu o silêncio. Estavam no bosque, e havia fogo. As árvores pareciam gritar. Um vulto, talvez uma sombra viva surgira atrás dele. E então, tudo aconteceu tão depressa que o mundo se despedaçou em fragmentos de som e luz.

Ela havia esquecido. Ou enterrado. E agora, tudo voltava como uma onda de dor e lucidez. Não era uma visão simbólica. Não era imaginação. Era lembrança. Clara estivera lá. Vira Elias morrer. Seus olhos haviam sido testemunhas, mas sua mente, talvez para se proteger, negara.

A pena ainda repousava em sua mão, morna como um segredo antigo. A coruja já não estava mais na janela. Mas o ar carregava seu sopro, um rastro sutil de presença mágica e terrível. Algo havia sido aberto. Algo que não poderia mais ser desfeito.

Clara sentou-se devagar, o coração descompassado, a mente em ruínas. Agora ela sabia. E, mais do que isso, sentia que aquela lembrança não era o fim, era apenas a chave para o que estava prestes a começar.

O Sopro da Coruja – Capítulo 40

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