A Chuva Dentro de Mim – Capítulo 8

Entre ecos e sonhos

A Chuva Dentro de Mim

A chuva cai sem cessar desde o amanhecer. As gotas batem contra o vidro com um ritmo quase hipnótico, e Clara sente que o som da água se mistura à pulsação do próprio coração. Há algo no ar que a inquieta, um pressentimento que cresce como um trovão contido.

Ela passa o dia entre janelas e silêncios, observando o mundo dissolver-se sob o véu úmido da tempestade. Tudo lá fora parece distante, como se a realidade tivesse perdido suas bordas. Dentro dela, porém, algo desperta. Uma corrente de lembranças atravessa-lhe a mente — não imagens nítidas, mas sensações que vibram com força avassaladora.

O calor de um toque. O cheiro da pele molhada pela chuva. O riso que se mistura ao som do vento. Cada lembrança é fragmento e ferida, ternura e vertigem. Clara sente o corpo reagir, como se cada gota que escorre pela janela também percorresse sua pele.

A intensidade desses sentimentos a assusta. Não há explicação possível, apenas a certeza de que o que retorna não pertence apenas ao passado, mas também ao que ela ainda é. Elias surge em seus pensamentos como o próprio som da chuva: constante, inevitável, envolvente.

Ela tenta resistir, tenta distrair-se, mas quanto mais o faz, mais o temporal dentro dela se fortalece. O coração se torna um espelho d’água onde o rosto dele surge e desaparece. O tempo parece se dissolver, e Clara já não sabe se a chuva está do lado de fora ou se cai, silenciosa, dentro dela.

À noite, o vento se acalma, e o quarto fica mergulhado em penumbra. Clara adormece ouvindo o eco da tempestade, e antes de fechar os olhos sussurra um nome que não sabe mais se é lembrança, prece ou saudade. Elias.

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