💭Entre Lençóis e Confissões

A respiração ainda descompassada. Os lençóis, testemunhas silenciosas do que fomos há instantes. O quarto inteiro parecia suspenso entre o que passou e o que ainda pulsa. Vera estava ali, deitada ao meu lado, com os olhos semicerrados e um sorriso que misturava ternura e travessura.

O silêncio entre nós não era ausência — era plenitude. E foi nele que as palavras começaram a surgir, como quem não quer interromper o encanto, mas precisa confessar o que o corpo já disse.

“Eu penso em você mesmo quando não quero,” ela disse, com a voz baixa, quase tímida. “Como se você tivesse se instalado em mim, feito morada.”

Sorri. Toquei sua mão, e confessei também: “Às vezes, quando estou sozinho, falo contigo em pensamento. E tua resposta vem como se soubesse exatamente o que eu preciso ouvir.”

Entre lençóis, a verdade se despe. Não há máscaras depois do amor. Há apenas o que somos, vulneráveis, inteiros, entregues. Vera me contou de seus medos, de suas vontades escondidas, de um sonho recorrente em que nos perdemos num lugar onde o tempo não existe. Eu revelei o quanto ela me transforma, como cada gesto seu me reconstrói.

E ali, entre confissões e carícias, descobrimos que o amor não mora apenas no toque. Mora na coragem de se mostrar inteiro, mesmo quando se teme não ser compreendido.

Naquela noite, entre lençóis e confissões, fomos mais do que amantes. Fomos verdade.