🌙 O Sussurro Que Me Guia

O quarto estava mergulhado em silêncio, mas não era vazio. Havia uma presença que se manifestava em cada detalhe, e foi então que o sussurro de Vera rompeu o espaço como música secreta. Sua voz não precisava ser alta. Bastava ser próxima. Bastava ser dela. Cada palavra dita em tom baixo se transformava em convite, em promessa, em caminho.

O sussurro não era apenas som. Era direção. Conduzia meus gestos, guiava minha entrega, fazia do desejo uma trilha que eu percorria sem hesitar. A respiração dela se misturava às palavras, e juntas criavam uma atmosfera onde o tempo deixava de existir. Eu seguia, não porque queria, mas porque não havia escolha. O corpo respondia antes da razão, e o coração se rendia antes do pensamento.

Na penumbra, o sussurro se tornava mais intenso. Cada sílaba era como toque invisível, cada pausa era como carícia suspensa. O desejo crescia não apenas pelo que ela dizia, mas pelo modo como dizia. Era como se sua voz fosse feita para me desarmar, para me conduzir ao limite entre prazer e entrega.

Naquela noite, percebi que não era eu quem decidia. Era o sussurro dela que me guiava. E nele, encontrei não apenas o desejo, mas também a certeza de que amar é seguir uma voz que nos chama para sermos inteiros.