O Quadro na Parede

A tarde estava tranquila, e a luz que entrava pela janela acariciava as paredes do salão com tons dourados. A Rainha deteve o olhar em um quadro antigo, de moldura envelhecida, onde o tempo havia deixado suas marcas delicadas. Disse que havia algo naquela pintura que parecia contar histórias, como se cada pincelada guardasse um segredo que o coração podia entender, mas as palavras não.

O Rei se aproximou e ficou ao lado dela, observando o mesmo quadro, porém com olhos diferentes. Sorriu e disse que nenhuma obra pintada poderia se comparar ao que eles viviam. Que o amor dos dois era a verdadeira arte, feita de imperfeições belas, de gestos cotidianos e de momentos eternos que não cabiam em tela alguma.

A Rainha encostou a cabeça no ombro dele, sentindo o calor do corpo amado. Ficaram assim por um tempo, em silêncio, contemplando não apenas o quadro na parede, mas a vida que tinham construído juntos — uma galeria de memórias, ternura e desejo.

Bravus, deitado próximo, ergueu o rabo e o abanou devagar, como se também entendesse o valor daquela cena. O Rei riu e disse que até ele fazia parte daquela pintura viva, guardando o lar onde o amor era rei.

“O amor que construímos é a pintura mais eterna que existe.”