O Jogo de Cartas e o Olhar Trapaceiro

A tarde no Reino de Veramor foi tomada por gargalhadas, cumplicidade e cartas espalhadas pela mesa da sala. A Rainha Vera, com seu olhar perspicaz e sorriso disfarçado, escondia uma carta debaixo do braço, enquanto fingia inocência. O Rei observava em silêncio, notando cada gesto, cada brilho nos olhos dela, mas escolhia não revelar que já havia percebido a pequena trapaça. Em vez disso, deixou-se encantar pelo jogo que não estava nas cartas, mas no encanto irresistível da sua Rainha.

Luzia e Nilo se acomodavam preguiçosamente sobre o tapete, como se vigiassem aquela partida silenciosa, enquanto Lórien e Bravus, atentos, rondavam pela sala, deitando-se de vez em quando perto da Rainha, como se também quisessem protegê-la até no jogo.

Entre uma rodada e outra, o Rei aproximou-se, inclinando-se sobre ela, sentindo o perfume que escapava da sua pele. A Rainha fingia foco no baralho, mas seu sorriso denunciava a sedução intencional. O Rei então murmurou, com o coração entregue: se for para perder nesse jogo de encantos, que seja sempre para você.

Ela riu, encostando a carta em seus lábios como se fosse um segredo, e respondeu com o olhar que dizia mais que mil palavras. Aquele momento, simples aos olhos de quem olha de fora, era o reflexo de um amor que transformava até uma partida de cartas em cenário de erotismo velado, cumplicidade e ternura.

E quando o Rei tomou sua mão e a beijou suavemente, deixou claro que a maior vitória da sua vida não estava em vencer cartas, mas em viver ao lado da Rainha que transformava qualquer jogo em eternidade.

“Seus olhos são cartas marcadas que me vencem antes mesmo do jogo começar.
Teu sorriso é a trapaça mais doce, aquela que me faz querer perder para sempre.
No baralho da vida, tua pele é meu ás, teu beijo é meu triunfo, teu corpo é meu prêmio.
E se o destino ousar embaralhar nossas horas, que eu continue escolhendo perder tudo para ganhar você.
Porque só ao teu lado, a derrota é a mais deliciosa das vitórias.”